Alunos do 6º ano que, como artistas, trabalharam com técnicas de impressão em sala de aula. Depois, fizeram a curadoria e instalação de suas próprias obras nos corredores da escola.

Arte na escola: qual a primeira imagem que vem à sua cabeça?

Michelle Kauffmann Benarush

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Pra mim, sempre aquele mural com trabalhos lindos, todos quase idênticos, inspirados em um quadro famoso. Esse foi o tipo de arte educação que eu tive: olhar— se inspirar — copiar. Mas será que no nosso mundo atual essa sequencia faz sentido?

Qual o papel da arte educação nas escolas?

Ou, se fizermos uma engenharia reversa nos perguntaríamos: o que é importante o aluno viver e experimentar em artes visuais ao longo de seus 12 anos escolares?

Se pensarmos que estamos educando para desenvolver pessoas autônomas, risk-takers, criativas, empáticas, colaborativas. E também que devemos apoiar os alunos a encontrarem suas paixões e talentos, a mapearem onde querem atuar na sociedade e que tipo de pessoas vão se tornar… Ora, me parece claro que a ultrapassada sequencia de aprendizagem do século 20 não dá conta do desenvolvimento das competências que desejamos nutrir em nosso alunos.

Como podemos criar um ambiente de aprendizagem em que essas competências podem ser promovidas e celebradas na arte educação?

A questão de permitir agencia ou oferecer ao aluno certo tipo de decisão, o retira do papel de mero executador de tarefas e o torna sujeito corresponsável por seu desenvolvimento. O encadeamento de projetos, a abertura para escolhas pessoais e sobretudo a aceitação de professores (que nesse modelo se tornam mentores e apoiadores) facilita esse caminho em que o aluno é o protagonista de sua aprendizagem.

Aqui, daqui pra frente, pretendo refletir sobre minha prática como arte-educadora, que desenvolve e implementa uma abordagem século 21 aos meus alunos de 11–17 anos. Vem comigo!

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Michelle Kauffmann Benarush

Educadora & autora. Acredita que o mundo não está dividido entre “criativos” e “não criativos”.